Desemprego na Espanha é o maior em uma década
O desemprego bate recorde na Espanha em termos absolutos e um milhão de imigrantes já estão sem trabalho. O governo espanhol divulgou dados que mostram que, pela primeira vez, o número de desempregados supera a marca de quatro milhões de pessoas. Em termos porcentuais, por causa da crise, o nível de desemprego no país atinge 17,4% da população economicamente ativa, o maior índice em dez anos.
Para 2010, o Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que um quinto da massa de trabalhadores do país estará sem emprego. A projeção é de que o Produto Interno Bruto (PIB) espanhol cairá em 3% neste ano.
Em apenas 12 meses, o número de desempregados passou de dois milhões para quatro milhões, a maior taxa da União Europeia. Há apenas seis meses, a taxa era de 13,9%. Hoje, o aumento do número de desempregados na Espanha representa 50% de todos os novos trabalhadores que perderam seus postos na UE.
O mercado imobiliário e de construção, que empregava uma parte importante desses trabalhadores, entrou em colapso desde setembro do ano passado. O governador do Banco Central Espanhol (BCE), Miguel Angel Fernandez Ordonez, vem pedido que o Executivo modifique as leis trabalhistas para melhorar as condições para que empresas voltem a contratar funcionários.
Outro temor é que a explosão do desemprego acabe afetando de novo os bancos, já que empréstimos deixaram de ser pagos. Dados oficiais mostram que as vendas no varejo vêm caindo nos últimos 12 meses. O preço ao consumidor apresentou a primeira queda em março.
IMIGRANTES
Entre os estrangeiros que vivem na Espanha, a crise é pior. O desemprego já atinge quase 30%. Um milhão de estrangeiros não têm trabalho, o dobro do que foi apurado em abril de 2008. Os mais afetados são os latino-americanos, marroquinos e europeus do leste.
Os equatorianos estão entre as principais vítimas. "As remessas enviadas pelos imigrantes já caíram em 15%", afirmou ao Estado o embaixador Alfonso Lopes, responsável no governo do Equador por questões relativas aos imigrantes. Muitos trabalhavam no setor de construção e em serviços. Os dois setores despencaram.
A ministra de Economia, Elena Salgado, admitiu que a taxa de desemprego no país é maior que o esperado. "Isso mostra a gravidade e profundidade da crise." Nas Canárias, 26% dos trabalhadores estão sem emprego. Na Andaluzia, a taxa chega a 24%.
Para o secretário de Estado de Segurança Social, Octavio Granado, os dados sobre o emprego divulgados ontem mostram que a Espanha está "no epicentro da crise".
O governo espanhol, que já promoveu uma reforma ministerial por conta da crise, anunciou ontem a liberação de 14 bilhões para ajudar empresas em dificuldades, com a condição de que não promovam novas demissões.
O governo já havia anunciado um pacote de 40 bilhões para relançar a economia.
Fonte: O Estado de São Paulo
Marcadores: migrações
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