A matéria trancrita abaixo aborda alguns aspectos que vimos em sala de aula sobre o processo de refúgio: a atuação do ACNUR, do CONARE e de ONGs que se dedicam à proteção de refugiados. Vale a leitura.
Abraços!
Primeiros 35 dos 117 egressos de acampamento na Jordânia serão instalados em cidades do interior de SP e RS Andressa Zanandrea “Olá, como vai?” Com a saudação em português, um dos 35 refugiados palestinos que desembarcaram ontem, em Guarulhos, cumprimentou a imprensa. Mesmo depois das 34 horas de viagem, desde que deixaram o campo de refugiados de Ruweished, a 70 km da fronteira entre Iraque e Jordânia, o grupo demonstrou bastante entusiasmo ao chegar ao Brasil.
Os primeiros refugiados palestinos, dos 117 que serão trazidos pelo Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur), chegaram às 5h30. O primeiro a desembarcar com a família foi um menino Ahmad Tayser, que trazia duas bolas de futebol verde-amarelas nas mãos.
O motorista Ibrahim Said Attia, agradeceu ao governo brasileiro por recebê-los e disse que pretende viver no País para sempre. Attia nasceu em 1954 em Bagdá. Filho de um refugiado palestino, veio com a mulher e uma filha. Ele relatou que tem planos de começar a trabalhar. “Passamos tempos muito difíceis no acampamento”, disse o refugiado, acrescentando que não vê o filho há mais de 4 anos. Ele está num campo de refugiados no Iraque. “Provavelmente sem comida e água”, lamenta.
Nos últimos quatro anos, o grupo enfrentou as temperaturas extremas do deserto da Jordânia vivendo em tendas. Todos os palestinos fugiram do Iraque pouco depois da invasão americana, em 2003, quando milícias xiitas passaram a perseguir e matar palestinos.
Segundo o funcionário da Acnur, José Francisco Sieber, que acompanhou o grupo desde a Jordânia até Guarulhos, os refugiados receberam instruções sobre a cultura brasileira e noções de português. Os palestinos serão instalados no interior de São Paulo e no Rio Grande do Sul. O aluguel de suas casas será pago pela ONU nos próximos dois anos e eles receberão uma ajuda de custo de cerca de um salário mínimo (R$ 380).
Segundo o presidente do Comitê Nacional para Refugiados (Conare), do Ministério da Justiça, Luiz Paulo Barreto, outros 92 devem chegar ao País até o final do ano. O ministério e o Acnur não revelaram em quais municípios dos dois Estados eles serão instalados. “Alguns deles estão muito traumatizados. Neste primeiro momento, vamos mantê-los afastados da imprensa para preservá-los”, afirmou.
De acordo com o representante do Acnur no Brasil, Luis Varese, os refugiados serão recebidos também por Canadá, Suécia e Irlanda. “O Brasil decidiu acolher essas pessoas e dar a elas condições de resgate da cidadania”, afirmou Barreto. Segundo ele, o Brasil não está aplicando recursos diretos nesse projeto, já que há parceria com a Acnur e ONGs. O orçamento do Ministério da Justiça este ano para reassentados é de R$ 680 mil. O Brasil abriga 3.400 refugiados de 69 nacionalidades. A maior parte veio da África, especialmente de Angola.
CONFLITO
A polícia israelense bloqueou ontem a entrada de milhares de palestinos na Mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, para evitar conflitos com os judeus, que se preparavam para a festa do Yom Kippur (Dia do Perdão). Os palestinos queriam rezar para celebrar o Ramadã. Israel também intensificou a segurança na fronteira com a Cisjordânia .
Fonte: O Estado de São Paulo
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