Corte Suprema do Chile aprova extradição de Fujimori para o Peru
Além do pedido de extradição de Cacciola, outro caso está ganhando as mídias. Trata-se do pedido de extradição feito pelo Peru à Justiça chilena do ex-presidente Alberto Fujimori. Sete das treze acusações feitas à Fujimori foram acatadas pela Corte Suprema do Chile, possibilitando a extradição. Abaixo está a notícia de O Estado de São Paulo.
Justiça acata duas acusações de violação dos direitos humanos e cinco de corrupção contra ex-presidente peruano
A Justiça do Chile aprovou ontem a extradição do ex-presidente peruano Alberto Fujimori, de 69 anos, para ser julgado no Peru por duas acusações de violação dos direitos humanos e cinco de corrupção. “Foi aprovada a extradição por 7 das 13 acusações apresentadas”, disse o presidente da Segunda Sala Penal da Corte Suprema, Alberto Chaigneau.
O governo do Chile previa trasladar ontem mesmo o ex-presidente de Santiago para a base aérea de Chacalluta, na cidade de Arica, fronteiriça com o Peru. Na fronteira, seria entregue a agentes da Interpol peruana. A ONG Human Rights Watch assinalou que é a primeira vez em todo o mundo que um tribunal ordena a extradição de um ex-chefe de Estado para que seja julgado em seu país por violações dos direitos humanos.
Fujimori disse não estar surpreso com a decisão e assegurou que mostrará, no julgamento, que atuou corretamente durante seu governo (1990 -2000). Ele declarou a rádios e TVs que esperava ser extraditado por quatro acusações e não pelas sete aprovadas pela Justiça do Chile. Mesmo assim, disse ter certeza de poder sair-se bem. “Estou preparado física e mentalmente para enfrentar esta situação.” No entanto, reconheceu que houve “falhas garrafais” durante seu governo.
Fujimori também afirmou que sua extradição “é uma oportunidade de retorno” ao Peru. “Meu objetivo nestes últimos anos era reencontrar meu povo, mas tive de fazer uma escala no Chile.” Seus simpatizantes o consideram um herói por acabar com a guerrilha Sendero Luminoso, mas os críticos o acusam de ter matado milhares de opositores e de ter enriquecido ilicitamente.
A presidente chilena, Michelle Bachelet, telefonou para seu colega peruano, Alan García, para informá-lo de que a extradição seria cumprida o quanto antes. Fujimori, filho de imigrantes japoneses, chegou inesperadamente a Santiago em novembro de 2005, após viver quase cinco anos em Tóquio. Ele havia fugido do Peru para o Japão em meio a um escândalo de corrupção que levou o Congresso a aprovar sua destituição.
Lima prometeu um julgamento justo. O chefe da Procuradoria Anticorrupção, Carlos Briceño, disse que o julgamento deve durar três ou quatro meses. Fujimori pode ser condenado a penas que variam de 10 a 30 anos de cadeia, mas pode ser beneficiado com prisão domiciliar se for condenado depois de julho, quando fará 70 anos.
Marcadores: Chile, extradição, Peru
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